quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sorriso Roubado

Já se fez aquela simples pergunta, "o que que te faz feliz?". Pelo menos grande parte da população - não só brasileira - desmotivada, já fez. E quando digo desmotivada, não me refiro a um "combustível" que faz com que as pessoas tenham incentivo pra seguir com seus respectivos afazeres com mais vigor. Talvez ela seja feita para avaliar o quanto precisamos para ser felizes, e não precisamente "o que"...

Alguns prezam as pequenas coisas. Um beijo roubado, um bilhete, uma serenata, uma rosa sem espinhos em um dia comum - no meu caso, o susto, uma demonstração de afeto um tanto quanto curiosa, ouso dizer. Aqueles detalhes que podem render um rosto sereno e lerdo pelo resto do dia, feito pela pessoa certa, ou como chamo "por aquela pessoa.

Outros com a guarda mais alta, que normalmente não recebem e nem sabem como agir a demonstrações de afeto, precisam "daquele presente" também dado por "aquela pessoa".

No geral, alguma coisa tem que fazer alguém sorrir, por mais ranzinza e cinza que seja a pessoa. Um sorriso não custa nada para ser feito, mas já quanto a seu preço...

Enfim, chego agora onde queria chegar. Não mais reflito sobre o que fazem as pessoas sorrirem, porque normalmente é algo limitado e que em poucas linhas qualquer cristão discorre a respeito. Mas ao invés de se indagar com "o que te faz feliz" você já se perguntouo "quanto custou minha felicidade?".

As pessoas nesse contexto são parasitas. Algumas de uma forma relativamente saudável são delas mesmas. Precisam apenas do próprio sucesso, das conquistas obtidas pelos próprios esforços para se sentirem realizadas e posteriormente felizes - realização e felicidade não são sinônimos, mas não tratemos disso aqui, pois não é o caso.

Outras, via de regra precisam de algo ou de alguém para se alegrarem. "Vou te fazer muito feliz" é algo que já fala por si e consequentemente não precisa das minhas legendas.

Como exemplo, casais apaixonados fazem um ao outro felizes, um capta a "essência" do outro. Um repõe a energia do outro, um se "alimenta" da felicidade que o outro lhe proporciona.

Seria muito feliz se de só alegrias e felicidades vivesse o homem, que para ser feliz se precisasse apenas de ver quem você ama satisfeito em te ter do lado. Sim, seria tudo muito bom, e claro, o mundo seria um lugar muito melhor de se viver.

Mas e se pra você ser feliz, alguém tenha que se machucar, ou estar se machucando pra isso? Alguém nao esteja dormindo a noite, alguém esteja com olheiras pela manhã, alguém entregue provas em branco durante vários meses, alguém perca o interesse e desacredite sobre muitas coisas, alguém sinta aquela dose de adrenalina que faz o coração se reprimir durante cada maldito segundo - muito conhecida como "aperto no peito" - alguém durma chorando com o celular na mão, esperando uma ligação ou algo perecido vir, mas nunca vem, alguém chore por você quando nostalgias culminam em sonhos ou no tédio da infelicidade, que alguém te mande músicas que lembra de você quando as ouve, que alguém chore por você...

Relativo o preço da felicidade, não? E alguém que esteja lhe financiando, não aquele que desfruta dela, mas quem sofre por ela, por você estar feliz, quase nunca é notado pelo outro, o outro está feliz demais pra se preocupar com você.

É bem puritano quando digo que enquanto eu dormia duas horas por noite, ia pra escola parecendo um zumbi da serie The walking dead,dava um sorriso amarelo pra nao parecer triste, assinava minhas provas de química e deixava as questões em branco, tinha a atenção chamada na segunda pela professora de teatro,chamaram minha mãe pela primeira vez na vida na escola, chorava ouvindo keep holding on, deitava no colo da irmã mais velha e apertava sua blusa até me sentir "segura", chorava mansamente - para ninguém da casa notar - até dormir... Isso tudo acontecia comigo enquanto alguém era feliz. E eu amei dada pessoa de tal modo, que se minha baixa estima era o financiamento de suas alegrias, hoje, posso dizer que indiretamente fui o motivo de sua felicidade. Tal reflexão, me deixa muito, mas muito contente. Se nao for puritano, sádico, talvez...

O que interessa, que não importa o "preço", não importa o que aconteceu comigo, ou com você que lê isso agora. Todos nós queremos ser felizes, queremos fazer e estar felizes perto das pessoas que amamos. Seja salariada com alegria ou tristeza, meu caro, sua felicidade sempre custa a de outra pessoa.


PS: estar feliz e ser feliz são coisas diferentes, ninguém encontra a felicidade, ela vem as vezes e deixa sua lembrança e isso é suficiente para mantê-la viva por anos.


Mr.J

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Cara metade

Existem vários mitos que definem como fomos criados. O do cristianismo, o de Darwin e sua teoria evolucionista... E o qual mais me fascina, o de Platão. Platão acreditava que quando Zeus nos criou, ele dividiu todos os seres humanos em duas partes e as jogou na terra, destinadas a se apaixonarem e procurarem pela outra metade que as completaria...

Não digo que somos metades ambulantes, não, não é isso. Só existe aquele "buraco" que tentamos encaixar qualquer coisa nele, qualquer "coisa", e quando digo "coisa" não estou me referinfo propriamente a pessoas... Essas "coisas" que não são a metades corretas.

Mas como saber que o que temos, esse outro grande "pedaço" que tentamos encaixar na gente, é a metade certa? Como saber se o que te completa não é só uma massa que se moldou ao seu encaixe, mas nao vai se fixar em voce?

Não, não existe uma forma de saber... Você tem apenas que viver com esssa "metade" e ver se ela vai ficar fixada em você... E tudo isso vai tempo, podemos usar por anos uma "máscara" colada com durex e estarmos com a "metade" errada. Aquela que não nos pertence...

Quando encontramos nossa metade, a queremos todo tempo. Queremos a mostrar a todos, todas as horas do dia não são suficientes...

Contudo, voce viveu sem ela muito tempo. E muitas vezes o que te completa, pode exceder, e então um mundo que deveria te completar, te prejudica... A metade pode ser demais... Pode sufocar, pode te padecer...

Então, cara metade, tanto cara vocativo, quanto cara de rosto... Sua metade, é seu outro pedaço, feita especialemnte para voce. E voce só saberá como és de verdade, o dia que ficar sim ela.

Pois quando o abraço vem, voce segura essa metade como se seu mundo todo estivesse em suas mãos, porque só quem é inteiro, sabe a sensação de estar enfim completo.