segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quem não tem cachorro caça com gato

O céu já não estava mais tão claro. Apesar do mormaço estar denso no ar, as nuvens já haviam tapado o Sol, e a hora estava chegando...

No lugar de sempre, no galpão abandonado de trás da faculdade, a moça de traje esportivo, cabelos curtos calça jeans escura e blusa xadrez azul clara, se direcionava com um ar de espectativas...

Ao mesmo tempo, o rapaz ainda passava gel nos cabelos escuros em sua casa. Preparado para matar os dois primeiros tempos de aula...

Ela olhou pros lados no estúpido ato de conferir se estava sendo seguida. Concluiu que não. Tirou os óculos escuros. Entrou no galpão. Sentou em uma das caixas que estavam dispostaas no chão cinzento e empoeirado, a espera do rapaz.

Seu coração se contraía. O medo dele não chegar passou pelos seus pensamentos. o medo dele ter algo que o impedisse de ir até lá. O medo de ir mais uma vez sem vê-lo...

O rapaz andava rápido pelas ruas. Menos despreocupado que ela, sem dúvidas. Camisa sobreposta, cabelos arrepiados all star preto, como sempre...

Não tinha grandes receios, apenas o de perder alguma aula que o pudesse fazer falta...

Ela viu a silhueta dele nas sombras adentrando pela portinha quase imperceptível do lugar. Correu até ele. Pulou em seus braços e afogou sua cabeça no colo aconchegante do moço. Lembrou das noites que ficava só, a alguns quilômetros dele, matou seus pensamentos saquele abraço demorado. Ele passou a ponta dos dedos fina e géilida no cabelo sedoso e fino da moça. Caminhou até sua nuca quase nua, enroscou os dedos na parte de tráz. Aproximou o rosto dos dois e selou seus lábios por um isntante. O suficiente para travar a respiração dela, e contrair o coração dela mais uma vez.

-Demorei amor? - perguntou ele franzindo uma das sobrancelhas.

-Não muito - disse ela respondendo com um sorriso adolescente.

Ele pegou na mão dela, sentou-se junto ao balcão encerado do lado lesta do cômodo, habitado por ratos e aranhas. Não era o lugar mais romântico do mundo, mas era o lugar mais seguro para um encontro...

-Como foi a viagem? - perguntou ele limpando um pouco da poiera com um pano velho jogado por ali.

-Foi boa, tomei um remédio pra passar mais rápido. Por isso achei que passou depressa, assim a ansiedade em te ver ficou menor - disse ela desviando o olhar pros pés que calçavam um sapatênis amarelo fosco.

-Ah, como você é fofa - disse ela apertando uma das bochehcas dela, a fazendo contrair um sorriso.

-Queria gostar menos de você - disse ela bufando pelas narinas.

-Vai passar, você ainda é muito nova. Na sua idade tudo é mais intenso mesmo. Vai tudo ficar bem no final - disse ele mexendo em uma mechaa do cabelo castanho dela, que estava tampando seu rosto, colocando de trás de uma das orelhas furadas dela.

-Eu sei, vai passar, estou tentando - disse ela com um sorriso amarelo rodando os olhos até parar em um ponto fixo.

-Mas deixa eu te dizer - disse ele com aquele sorriso mais gozado que o de um coringa, de ponta a ponta no rosto, sem sarcasmo, que a fazia delirar e apgar todo o rosto dele, que despertava uma vontade agoniante de beijar sua boca. O fez rapidamente, ele sorriu, depoois voltou a falar.

-Bem - continuou ele prucurando as mãos dela e brincando com os dedos dos dois - estou afim de uma pessoa da minha sala, mas tem aquele rolo ainda de São Paulo que eu te disse semana passada. Estou muito afim mesmo. Mas é longe, e nunca nos vimos. Acho que vamos nos encontrar , o que você acha? - perguntou ele esperando uma resposta

-Eu te disse aquele dia. Minha opinião ainda é a mesma, você quem sabe...- respondeu ela direcionado o olhar de novo para os pés que balançavam -Isso quer dizer que eu rodei, não é...? - perguntou ela, traspirando as mãos, uma pergunta quase retórica, pois ela sabia a resposta.

-Não exatamente pequena - disse ele com uma gargalhada - não vamos discutir isso de novo. Você sabe que sempre vai ser minha amiga, mas não me atrai como amor. Gosto de ficar com você, mas se der certo lá, não vou dizer que você roudou. Acho muito baixo esse termo. Você só prossiguirá como minha amiga - disse ele olhando para ela elevando seu rosto, acariciando o queixo dela, passando o braço por de tráz de seu pescoço, brincando com o colar de ouro que ornava o colo da moça.

Ela deu um sorriso amarelo pra ele, travando a respiração e sentindo a garganta inchar, contendo o choro.

-Eu sei que não posso te dar tudo que você quer, o que voce gosta, mas...- ele colocou o dedo indicador nos lábios dela, aproximou o rosoto dele perto do dela, sua respiração chocou com os lábios da garota, a beijando de novo...

-Vai passar, isso vai passar, eu já tive sua idade...

-Falou o sábio da montanha agora, você é só três anos mais velho que eu...

-Boba...- disse ele rindo - mas te dizer, posso te contar como nos conhecemos, estou muito afim....

-Claro que sim - disse ela baixando o olhar - se for mais hot que eu, juro que te mato!

-Não, não é - respondeu ele com um sorriso.

Ela tentou prestar atenção com alegria no que ele dizia. Até que ela fingia um pouco bem estar feliz. A noite se consumiu, a conversa durou um pouco entre confissões, abraços e beijos.

Ele se despediu dela para rumar a faculdade. Ela se direcionou para casa. Se sentindou a pessoa mais só do mundo. A mais pequena. Olhou pro céu. Viu uma única estrela, lágrimas involuntárias caíram de seu rosto. Aquela frase recochetiava pelos seu ouvidos até aquele momento. A que ele havia dito.

"Somos apenas amigos, e eu te amo por isso".

Triste condenação do ser humano, é ter que esquecer um amor e ser condenado logo em seguida condenado por outro.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Transformações a parte

Quando era pequena, sempre me indagava, qual era a idade, que marcava minha vida, como "gente grande". Depois dos doze pensava que qualquer pecado já comprometeria minha alma ao inferno, mas tenho uma outra noção mais básica. O que marca são acontecimentos que além de mudanças no seu corpo, mais radicalemnte,influem no comportamento.

Se você, já se irrita com as piadas idiotas que seus amigos fazem, se você, liga a TV e a manchete fala sobre centenas de mortes no Iraque e a notícia não lhe interessa e muda de canal para encontrar "algo que preste", se você não se comove de seus pais chorarem por você quando está enfermo, se você se tornou ponderado e não diz tudo que pensa, se voce se submete até quando está certo...Parabéns, você se tornou um adulto conteporâneo e bem educado.

Mas, antes da grande maioria se tornar adulta, já foram adolescentes, que não engoliam tudo guela abaixo. Que os pais e o sistema diz.Contestávamos, e isso, é o que sempre fez o ser humano evoluir. O mundo gira em torno das perguntas, e não das respostas que já exsitem.

Se todos nós fossemos, o que eu chamo de eternos adolescentes, creio e garanto, que o mundo estaria melhor para se viver. Apesar de atribuirem a nós, a incosequência, se esquecem de nossa capacidade, de se importar com sentimentos, que logo depois de alguns anos, vamos rir por os ter sentido.

Os eternos adolescentes de hoje, a sociedade os vê como loucos, lunáticos. Que vivem no mundo da fantasia, popularmente dizendo. Por possuirem um corpo mais velho. Infelizmente eu já me tornei, o que todo mundo está condenado a ser. Um adulto. Mas sinto saudades do meu eu, que choro pois não sei onde o perdi. Ou melhor, onde o mataram...

O que rege o mundo, são alguma leis básicas. As seguimos, e quem vai contra elas, acaba se ferrando com o sistema que não aceita revoltas, ou você se adequa. Mesmo sem gostar, ou será vomitado dele, como uma minoria, ou uma comida podre no estômago.

Eu já fui um eterno adolescente, mesmo que tenha logo morrido novo. Me perdi de mim, me tornei blazé...E sabe uma pequena coisa triste, que nenhum eterno adolescente prevê, e quando dá por si, já está formado? É o inóspito dia, de sua lenta e gradual morte.