terça-feira, 29 de junho de 2010

As sombras nunca mentem

Alguma vez já se olhou no espelho, e não viu você, e o cenário por trás de suas costas? Creio que isso nunca tenha acontecido, pois é hipotético demais para ser real.

Da mesma forma como o espelho reproduz a imagem com exatidão de tudo que estiver ante dele, mesmo com dimensões distorcidas, as sombras, são um segundo lado de um objeto ou pessoa.

Nos grandes arranha céus das metrópoles, as sombras caminham pelas ruas estampando em maiores tamanhos – ou menores – o comprimento original de seu dono, dependendo da altura do Sol.

Mas, mesmo que as sobras representem uma imagem duplicada de outra coisa, ela nunca reproduzirá com exatidão o que “copia”.

Assim como as sombras a personalidade, ou o “ser” humano individual em si, são vistos de uma forma que originalmente não são.

Porque assim como o relógio solar, estamos em segundos ou minutos diferentes, no passar dos sessenta minutos que formam a hora. E decorrente a isso, não temos a mesma sombra em todos os momentos do dia, e por isso, uma mesma pessoa pode nos ver de várias formas ou tamanhos, em diferentes horas da vida.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

As consequências não são previstas

Existem coisas que poderiam ser evitadas, e existem outra que não deveriam ter acontecido, mas de qualquer forma, não foram desejadas, ou saíram de forma não esperada.

Isso é quando, a situação foge do nosso controle. Quando acontece os famosos, imprevistos, ou incidentes.

Mas dentro de situações que não cabem totalmente a nós conduzi-las, ainda sim, algumas raras, tem como ser evitadas.

Mas o impulso de alguns seres humanos, de tentar, de ver como vai dar certo, de não irem dormir com a idéia: “como seria se tivesse acontecido”, é onde os maiores erros são cometidos.

Porque concluímos uma situação que não é 100% estável, as vezes, metemos os pés pelas mãos, e neste ponto, quando o “caso” não se restringe só a você, engloba mais alguém ou alguma coisa, é quando estamos sujeitos, aos imprevistos, ou como melhor prefiro definir, as situações que não nos agradam.

Basicamente, é quando lançamos uma pedra – no escuro – e não sabemos em que local ela vai parar, e tentar correr atrás dela depois, existem duas possibilidades, ou você cai logo de inicio, ou algum outro obstáculo vai te fazer cair.

Mas, levando agora em consideração, que esse impulso fosse contido, que você não arriscasse nada, não colocaria nada a perder, que a racionalidade fosse totalmente dona da situação...Certamente, nenhum dos imprevistos, que na maioria das vezes, eles se iniciam de sós, não viessem acontecer.

Mas, acho que se você se identificou com o que eu relatei até aqui, reflita comigo agora. Você não seria, quem você é. Porque os grandes feitos, ou tudo que adquirimos, foram feitos com tentativas, alguns com um percentual favorável ao ganho e outros não, mas ainda sim, não deixa de antes terem sido tentativas, para depois terem virado ganhos.

Somos humanos – mesmo que alguns ainda alguns se comportem como Neanderthais – erramos, e a maioria desses erros, foi tentando achar um acerto.

Mas o “erro” que trato aqui, não é o consciente, e sim um imprevisto, uma situação que não cabe só a nós dar um rumo a ela, então não se sinta confortável com essas palavras, se cometeu um atitude erronia, sabendo pelo menos 10% da conseqüência dela.

Um conforto quando não sabemos com o que estamos lidando, de vez enquando é sempre bom, e espero que este último lembrete, sirva para alguma coisa.

Não se restrinja a tentar, a fazer algo que mesmo que não veja muitas perspectivas além dele, mas não durma pensando em hipóteses que nunca vieram a acontecer, e em realidades que poderiam existir. Tente, viva, se permita sorrir, se permita amar, se permita chorar, e se permite errar.
Eu tomei uma atitude, que hoje confesso que já pensei em como seria se minha grande boca tivesse permanecido calada. Se ainda teria o que eu acho que perdi. Mas vejo, que sempre quando fosse recostar minha cabeça em meu travesseiro, teria pensamentos sobre uma realidade que poderia ter se consolidado.

Por isso, quando lançar uma pedra, desprezando as condições da natureza, a única coisa que você deve se lembrar, é da quantidade de força que se aplica no arremesso, porque dependendo da intensidade, ela não estará longe demais, para você ir buscá-la.

Íntimo, talvez pessoal

Uma pessoa manca está subindo uma escadaria de trezentos degraus. Ela ainda está na primeira dezena desses lances de escada. Ma ela sabe que tem que terminar, já iniciou o percurso, e mesmo sabendo que ainda tem a chance de voltar, ela anseia chegar ao topo.

Durante o percurso, a perna que não é necessariamente boa, começa a dar as pontadas de dor, a testa da pessoa se franzi, passa pela cabeça dela voltar atrás. Ficar na estaca zero, onde estava antes.

Mas a sombra da luz, no fim daquela escadaria começa a aparecer, e ela esquece aquela dor, pensando em outras coisas, seguindo.

Ainda sentindo aquela dor, aquela pessoa aprende a ignorá-la, seguindo o caminho, e depois de certo tempo chegando ao topo.

Eu convivi com uma dor, até chegar a onde eu queria. Eu tive de ignorar que ela existia. Eu tive que continuar andando quando eu sentia minhas dores. Eu tive de direcionar minha cabeça para frente quando eu tive vontade de voltar correndo. Eu tive vontade de te abraçar, quando passei por você, e continuei olhando fixamente para frente.

Mas isso passou, aprendi a ignorar essa “dor”, fingindo que não era nada mais que um imprevisto. Aprendi a não olhar mais para você, aprendi a não tentar conversar, a não correr mais atrás, não só de você, mas de um todo.

E hoje eu olho, não o que poderia ter acontecido – o grande mau do ser humano – olho que o que vem pela frente, eu vou ter de reconstruir, olho que para mim não faz diferença, que em algum lugar, tudo isso é uma mera lembrança.

Meu olhar se perdeu, afogou-se em cinzas. E de certa forma, eu gosto disso. Gosto de como não quero ter perspectivas de não sentir algo por mais alguém. De como tudo, está cada vez mais perdendo o sentido, e minha racionalidade, não está sendo o suficiente para me convencer que valha a pena.

De como a trajetória desse caminho, eu foquei só em uma coisa, e não parei para olhar a paisagem, as flores, ou quem passou por mim. Pois meu enfoque não deixava. De como meu medo de declarar para as pessoas que eu amo, que eu as amo, se apossou de mim.

Este caminho, eu não posso o refazer, para registrar as lindas paisagens que eu não observei, e de conversar com as pessoas que não conversei. Tudo que posso fazer, é começar outro, mas levar comigo, uma máquina fotográfica, que registrará todos os bons momentos, das pessoas que irão passar, dos lugares que conhecerei. Fotos, que na verdade são memórias, mas que eu ainda não as tirei.

domingo, 13 de junho de 2010

O mundo por trás do MURO

Dois homens estão construindo um muro. Um muito alto e um muito baixo. O homem mais baixo já acabou seu serviço e o muro já se ergueu sobre ele, tampando completamente sua visão. Ao contrário o homem mais alto admira com orgulho o outro lado, que antes não era dividido por aquele muro, visualizando tudo através dele. Porém, o mais baixo, nunca conseguirá enxergar sem ajuda, e por não conseguir por suas próprias forças, nem anseia tentar.

Mas colocando em contextos reais, o homem mais alto, além de conseguir enxergar inúmeras coisas que o mais baixo não, sente vontade de ajudá-lo, para que seu amigo consiga ver tudo que ele consegue.

No meu caso, eu enxergo muitas coisas, mas no geral, as pessoas não tem a altura o suficiente para ver o que está do outro lado do muro, o que vai além dessas paredes. E sempre que tento descrever o que está do outro lado, não tenho ouvidos acolhedores. Sempre que sugiro meu ombro para que aquela pessoa possa observar o que tem do outro lado, ela prefere continuar olhando para o amontoado de tijolos.

E por isso, ás vezes tento fazer as coisas ao meu modo. Tento dizer, tudo que vi por trás da parede, mas como ninguém mais viu, meus conselhos são ignorados, como se aquele muro, que divide a visão daquelas pessoas da paisagem fosse mentira.

Normalmente, vejo os erros, que poderiam ter sido evitados, se apenas uma espiada por trás do muro tivesse sido feita, normalmente fico em silêncio quando alguém vai tentar algo que sei que dará errado, pois de certo modo, por trás do muro, eu enxerguei uma solução que aquela pessoa não, normalmente fico só no alto, olhando para baixo, observando a visão limitada dos demais.

Mas às vezes, como todo reles mortal, eu cometo o mesmo erro. Compartilho com os outros, o que vi por de trás do muro, mas ninguém entende, ninguém nunca viu o que eu vi. Dão de ombros, simplesmente ignoram.

Sigo os passos, faço como vi, e como julgo certo. Mas no final, isso é verdadeiramente egoísmo.

Mas é egoísmo querer ajudar quem você ama? É egoísmo, evitar que algo ruim aconteça com quem você estima muito? É egoísmo encontrar uma solução onde ninguém viu uma? É egoísmo querer o melhor para quem está fazendo o errado, e aconselhar varias vezes, mesmo que as palavras caminhem pelos ouvidos? É egoísmo tomar as dores de quem você gosta, conhecendo a causa e se posicionando á favor?

Então sim, eu ERA egoísta.

Eu tentava ajudar, quem não conseguia sair de seus problemas sozinho, eu tentava ajudar, quem estava errando, e eu via a solução. E a maioria dos meus erros, foram feitos, porque eu só quis ajudar.

Mas hoje, vejo que sendo o homem alto, ninguém destes baixinhos enxergará o que eu vejo. Ninguém destes baixinhos vai querer uma escada para compartilhar comigo as lindas paisagens que eu vejo, ninguém destes baixinhos irá crescer para ter a dimensão do que é o mundo lá fora.

Por isso, a minha boca sepultei, para muitos morri, ou eu mesma os matei. Mas não saquei uma arma para ninguém, não finalizei as batidas do coração de pessoa alguma. Apenas deletei alguns seres humanos no banco de dados da minha memória, como se eles nunca tivessem existido. Mas em algumas horas, o fantasma de seus corpos cheios de vida e seguindo em frente com a rotina, me assola.

O que aprendia foi a ignorar o que me incomoda, a calar-me quando minha língua coça ansiando opinar em algo, a ler um livro sozinho no alto do muro, a ter um olhar sereno enquanto tudo desaba a minhas volta, a não tentar mais enxergar uma pessoa boa em quem realmente não é, a deixar os outros com seus problemas, pois nem dou conta nem dos meus, a deixar as pessoas se queimarem com seus erros sem colocar minha mão no fogo e sair com uma cicatriz que não era para ser minha, a tentar fazer tudo que pode para esquecer de quem você pode estar virando...

Mas tudo isso, leva tempo. E quando penso que vou enlouquecer, por estar sozinho lá no alto... De repente, começo a ver algumas nuvens. Alguns borrões pretos estão bem logo abaixo. E neste momento, é quando percebo que já estou alto demais para querer equiparar os outros a mim. Percebo que não vou querer diminuir para viver naquele mundo distante logo abaixo, e que estou alto demais para algum dia voltar, e os outros baixos demais, num julgamento preconceituoso e subestimável, para algum dia me alacançar.

A morte do poeta

Darwin pregava a teoria da seleção natural, que os mais adaptados e fortes ao ambiente sobreviveriam. Hoje em dia, existe uma seleção parecida, ( que não é o darwinismo social) , entre as pessoas. No mundo atual em que vivemos, todos nós, somos diferentes, ( porque mais uma vez, ninguém é igual), mas "eu", que vos relata, sou um eterno poeta, e pessoas assim como eu, não conseguem viver neste mundo de gigantes monstros, torneados de indiferença humana, e de faces multifacetárias.
Os acontecimentos frios, e calculáveis do intro psicológico mais imundo que existe, nos ofega, o escárnio a dor, mesmo que seu possuinte tenha a cruz pequena, é ilógico.

Mas chega um ponto, que a cabeça dá um nó, a frase "eu não aguento mais" corta a garganta de tanto ser repetida.

E um belo dia, depois de momentos de choro, e sucessivos soluços, vai-se esquecendo certas coisas, a questão do cumprimento cordial é esquecida, lamurias ficam intoleráveis, a um ouvido que antes amava ajudar.
Acorda, fita a nada, e pega o sapato ( que não será o primeiro nem o último) entra na caminhada junto com muitos outros, e quando perceber, está numa fila, sendo agora, o que mais abomina.

Cansaço

Cansaço. Para muitos pode ser algo que chega ao extremo físico ou mental. Ou pode ser simplesmente o inicio do seu limite.

Depois de muitos acontecimentos, que serviram para que eu escrevesse esse texto, e espero que para você que está lendo agora faça alguma diferença, foi que surgiu a idéia de compartilhar com você certas experiências.

No primeiro ato de um problema, pensamos que vamos enlouquecer, ele pode até ainda não ter começado a desmoronar em nossas cabeças, mas já achamos que não vamos conseguir, ou que vai ser difícil, ou em alguns casos o desespero já toma conta.

Mas, você só vai saber até onde esse problema, ou situação inóspita vai dar, quando ele chega ao fim, ou quando seu limite a essa situação chega. É quando o cansaço aparece.

Especificamente, meu cansaço, pode ser um pouco diferente do seu.

Cansei-me, de tentar interagir com as pessoas, a automaticamente ser algo que eu não quero, cansei-me de ter uma concepção de uma pessoa e logo depois escutar conversas alheias sobre o caráter desta e confundir minhas concepções sobre a mesma, cansei-me de não ser escutada devido a pouca idade, cansei-me de tentar ajudar as pessoas por erros que poderiam ser evitáveis, cansei-me de ficar na aula, em meu lugar enquanto todo mundo parece estar feliz vivendo o que se diz ser a adolescência, e por algum motivo, não participo, enxergando todos como um simples borrão preto – todos meramente iguais – cansei-me de desperdiçar demonstrações de afetos com os outros e me machucar em seguida, cansei-me também da indiferença como vejo tudo, e no final quando vejo, cansei-me de mim mesmo.

Esses problemas, podem até não ser iguais aos seus, mas você que está lendo isso agora tem uma coisa em comum comigo.

Não está mais suportando. Não suporta mais como as pessoas te olham, não suporta mais tentar saber o que as pessoas pensam de você, não suporta mais sofrer pelas mesmas coisas, nãos suporta mais ver tudo e não fazer nada, não suporta como ao seu redor só existem pessoas com máscaras e se vê sujeito a ter que também usar uma, não suporta mais as pessoas não ligarem para se sofrimento, não suporta mais, seu limite, junto com o cansaço, parece ter batido á sua porta...

E o pior, conselhos, opiniões, ou ofensas, não vão te ajudar a sair deles, o caminho, a solução para isso, é você sozinho numa estrada que nunca esteve, tendo que tentar várias direções, errando, até achar a que chega em seus objetivos...

Você se vê na maioria das vezes, o otária de todas as situações. É você quem vê, a falsidade nas pessoas e tenta avisar alguém do perigo, e acaba ganhando um ódio que não precisava ser seu, é você quem tem respeito pelo namorado da amiga, mas logo em seguida vê uma das de seu grupo, fazendo o contrario, é você.

De longe, não estou dizendo que o PROBLEMA está em você. O que há de errada então?

De como e com quem você os encara.

Vai doer muito, até você perceber, que nem todo mundo te ama, e quem disse um dia te amar, pode ser aquela pessoa que vai apunhalar você, vai doer muito quando você descobrir que certas coisas eram meros sonhos, tudo pautado em uma mentira, e vai doer muito quando descobrir isso enquanto está sozinho...

Então, caro amigo, como disse no inicio, escrevi isso para o melhor das intenções fazer com quem lê agora, mesmo que não faça algum sentido, pois não sou senhor do tempo para nada prever, nem um caluniador para alguma coisa insinuar.

O que quero, apenas te ajudar. Porque por este caminho que eu mencionei, por ele um dia passei, e te vendo no meio dele, quero te ajudar, pois sei uma saída. Mas não sei seus espinhos, nem os perigos, só sei que por este local, eu vi uma fresta da luz.

Uma dica? Tente pensar de acordo com a sua idade, pois ela eu nem faço idéia. Se errar foi por inocência de um ser jovem, e se acertar foi por ter uma cabeça madura, por isso não se cobre, e nem tente apressar as coisas. Porque sobre o tempo, eu tenho outras convicções e sobre ele, já é uma outra historia.

Apresentação

Existem inúmeras formas de se expressar o que se sente, abraçar quem você ama, dar um presente a alguém em uma data comemorativa... E a minha forma de expressar, tudo que transborda no meu intro, é escrever.
Pois se não compartilhamos o que pode ser bom, aquilo fica restrito, e menos uma coisa boa no mundo deixa de ser feita.
As palavras ditas, o vento não as pode apagar, as escretias, posso acomodá-las como quero, para que fique suave aos ouvidos enquanto você lê...
E então, hoje decidi, qua não aidanta eu ter convicções, qua se limitam só a mim, eu quero dividi-las contigo.